Palavras de Alento

6 de mar. de 2011

Um Jogo Chamado Vida (ou os momentos em que nossa vontade foge totalmente do nosso controle)

O sonho (ou como compreender os avisos que recebemos):
Ele estava no carro comigo, iria viajar e eu o levaria ao aeroporto. Quando vi os aviões, sabia que ele estaria no maior de todos e temia por se tratar de uma companhia aérea desconhecida. Perguntei se estava levando a carteirinha do plano de saúde. Respondeu que sim, mas mostrou-se preocupado com uma fatura vencida, ainda em aberto.

- Não se preocupe, assim que sair daqui, eu pago isso pra você!

E ele se foi.

A minha leitura
(ou como interpretamos sinais equivocadamente):
Achei que eu fosse estar do lado dele na hora de sua partida. Inconscientemente tentei me preparar para vê-lo morrer. Forcei-me a ser forte e permaneci ao lado dele o máximo que pude.

Apenas mais um dia
(ou sobre como achamos que somos nós quem modificamos as coisas):
Eu e sua esposa o visitamos pela manhã, como vínhamos fazendo nos últimos dias. De lá, ela iria à casa de minha irmã. Não sei porque cargas d'água consegui dissuadí-la dessa ideia.
- Vá no final da tarde, após a próxima visita.
E ela assim o fez. Foi pra casa e de tardezinha rumou para visistar a cunhada e a sogra.

A hora da partida (ou a solidão que nos acompanha na hora do fim)
Fiquei em casa estudando a tarde inteira, após as 17:30 minha cabeça começou a doer, e eu deixei os livros de lado. Mas um desassossego me tomou, então comecei a procurar o que fazer, arrumando coisinhas que estavam fora do lugar. Até que deitei pra ver se a dor de cabeça passava. Não lembro se passou, só sei que comecei a chorar, pensando nele.
Nesse momento, enquanto ele dava o último suspiro, sua mãe, sua esposa e sua irmã mais nova estavam juntas. E eu, sozinha, pensando nele, sozinho.

Momentos finais (ou como as peças do jogo se encaixam):
A mãe desmaiou, a esposa fraquejou e a irmã mais nova se viu impossibilitada de afastar-se do seu recém nascido. E ali estava eu, sem elas, num cemitério, levando-o para a sua última viagem.

9 Recadinhos

Anônimo

comentou...

Uma das muitas viagens da "vida"... Um dia todos nós adentraremos a grande aeronave (talvez também de uma companhia aérea desconhecida)e nos (re)encontraremos para continuar apredendo a deliciosa arte de viver. Paz!

6 de março de 2011 às 16:12
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Antônio Aruanda

comentou...

Emocionado... Coisa bonita de ler e sentir. Amo vocês.

6 de março de 2011 às 19:10
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Kátia Tourinho

comentou...

Paty, sei que não deve ter sido fácil sentir a partida de um irmão, mas sei tbém que ele viverá eternamente aí dentro de vc. O amor supera a partida.
Gostaria de ter tido a oportunidade de lhe abraçar neste momento, mas de qualquer forma sei que vc sabe que pode contar comigo.
Bjssssssssss de luz em seu coração

6 de março de 2011 às 19:33
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A Viajante

comentou...

Patiinha, são explicações nada convincentes sobre a morte, sobre partidas de pessoas do bem, que amamos, com um mundo tão cheio de gente má e perversa...seria o caso de estudar, até pra aceitar as nossas perdas...fica bem! Bj

6 de março de 2011 às 21:12
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Henrique dias

comentou...

Triste história realmente. Nunca perdi alguém mt próximoe mesmo se tivesse, não saberia imaginar tamnho dor. acredito que cada qual sofre, ri e viaja de uma forma diferente. Q coisa chata é essa a de ter que irmos embora algum dia...

mas o único conforto que me apego em relação a isso. é o fato de que cada um aqui e todos nós presentes.

chegamos deixamos a nossa mensagem e deus nos recolhe.

por que assim está em seus planos, me ponho sobre e me conforto.

bjos e mt paz.

7 de março de 2011 às 20:58
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Anônimo

comentou...

Que a força esteja com você, que a luz a envolva, que Deus a ampare, que o tempo seque a lágrima. Um dia a dor dará lugar somente à lembrança das alegrias vividas com ele.

Muitos beijos Paty

9 de março de 2011 às 00:46
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Paty Michele

no comando :)

Amigos, perdoem a melancolia do IMD, mas sou uma pessoa que sente e escreve muito mais do que fala. Por isso faço desse espaço o ombro de vocês, e desabafo.
Espero que, como disse Kátia, o amor supere a perda. Como disse Luiz, o reencontro aconteça um dia; e como disse Van, o tempo seque as lágrimas.

Um grande abraço!

9 de março de 2011 às 15:08
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Raquel Almeida

comentou...

Amiga a perda é muito dificil de superar mais sabemos que ele estará bem no mundo espiritual e que aqui Deus estara lhe dando força e consolando vc e sua familiar

10 de março de 2011 às 22:17
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@emmersonmorvan_oficiall

comentou...

Como você já sabe, meus pensamentos são mais presentes do que o meu corpo e esse é o meu jeito. Lembra que eu disse: O período da dor, depois o da saudade e por último as lembranças... Prefiro de todos a lembrança... Como vc. já sabe, vc. é não só uma amiga mais uma mulher muito importante na minha vida, dona de uma força invejável e isso por sí só eu creio que basta.
Quero aqui expor minha admiração, o meu carinho e o meu amor pelo nosso elo "elo de força" que é o que nos fortalece aqui nessa existência.
Que essa tua única possa ser compartilhada com o mundo pois precisamos dessa energia pra poder fazer a roda rodar e é rodando que encontramos nosso ponto máximo de Luz.
Te amo minha amiga...

12 de março de 2011 às 11:48
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